Entre linhas e pipas
Hoje eu fechei os olhos e lembrei-me de um tempo da menina moleque.
Nas ladeiras do Jd. Sadie,,sobe rua, sobe viela, nos meios dos araçás(fruta do mato parece uma goiaba pequena e cheirosa)das Maria pretinha,que pintava a língua de roxa com pó com sujeira.
E eu correndo atrás das linhas das pipas debicando de um lado para o outro. Maria valente sem medo, com nariz empinado debicava suas pipas, já apreendia química na cola da farinha.
Do armário da minha mãe trigo e vira cola, sacolas viram “rabiolas”, ai que delícia essas travessuras, matemática na escola era chato, muito nhé nhé ,na prática mais divertido a medição era mais precisa e divertida, pipas coloridas.”capuchetas” de folha de cadernos,raias decoradas com as cores do Brasil... O km era medido pela linha que atravessa bairros e as vizinhas desconjurando (Credo em cruz) essa menina moleque no meio de meninos, e eu nem ai ,de ladeira a ladeira correndo atrás de linhas, ”xarifando(Dona do pedaço rs) a rua foi tão feliz,hoje a Maria moleca virou menina boneca sentada num canto olhando pela janela das lembranças o quanto foi lindo sua infância.
E você o que lembra?
Teve infância?!
Eu tive...
Márcia G 31/12/11 22h00minhs
Dicionário de infância:
Rabiolas: sacos plásticos cortados em tiras para fazer o rabo da pipa;
nhé nhé: conversa mole, aula chata;
Desconjurando: cruz em credo, isso não é desse mundo;
capuchetas: é uma pipa em formato de avião feito de folha de caderno;
xarifando: dona do pedaço, demarcando território;
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